sexta-feira, 7 de junho de 2013

Enlouquecer-te

Gosto de ser o macho que te faz gozar
de enlouquecer com o meu carinho,
te fazer tremer, suar,
com  suaves lambidas que te dou,
te beber o suco lascivo e quente
que escorre sorrindo, quando gemes amor...

Paulo Alvarenga.

Chamas acesas

Sou o teu veneno
cicuta de amor te querendo,
ardendo feito fogo enlouquecido
de mordendo as entranhas...
nas paredes subindo a libido,
quarto em chamas...

Paulo Alvarenga.

Tua maçã



Lembra aquele dia amor?
e sua maçã rubra me olhando
eu te mordendo
como musa,
te amando,
sinto até hoje o aroma
na minha pele,
pérolas que o tempo não petrifica,
verdade que se revele...
fotografias, lances, venenos,
e tudo que queremos
é mais um dia...
somente mais um dia como aquele...

Paulo Alvarenga.


Ondas

SE algum dia eu pudesse
te tirar desse pedestal
queria trazer-te pa
ra mim,
 nua e sem pudores...
morrendo de amores,
à espera de grandes ondas de calor...

Paulo Alvarenga

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Paulo Alvarenga-monologo- espelho

--Espelho,
doce aço que me desnuda
me ensine 
a existir nessa vida 
como um verso,
assim,nua...
de frente pra lua, 
essa penunbra que me atiça
e lambe a minha boca,
desenhe minhas curvas
me deixando louca de prazer...
ah !!!!!!!!! espelho que tanto me desvendou
em outras horas, 
quando meu corpo alucinado,
num extase enlouquecido,
molhado... 
me chamava  para ser tua,
espelho vem agora! , desnudar-me o lingerie !!!
 me deixar ir pronta e fogosa
sensual e cheirosa, 
pro teu corpo 
no meio da rua,
assim..............


Paulo Alvarenga

terça-feira, 29 de março de 2011

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Orquestra de amor


Bailemos
esses corpos jogados em cima da cama
e suamos até perder o ar,
ouvir uma canção alegre
o ar, o ar, o ar,
é como se fosse obrigatorio ouvir...
os meus ouvidos não ouvem nada
fico sem ar na verdade,
na minha idade só quero saber de gozar...
e a saciedade que essa vida gostosa me dá,
quero voar  de asa delta,
nessa cama de pedra,
quero deitar ao teu lado
pelado, e de pau pro ar,
sabendo que sou o teu rei,
ser o maestro da tua orquestra inteira,
deixar meu segredo dentro da minha bebedeira,
e amar, amar e amar...




Paulo Alvarenga

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Volta a crescer

E plantaram uma semente nova de fogo,
na terra que me pertencia,
o vazio ja não esperava o momento de preencher,
vontade  insana e  lasciva dessa gente,
que queria me apodrecer,
estamos numa guerra e vencemos batalhas, a cada dia
estamos nús da nossa coragem nessa viagem,
insólita,
e queremos a espada do poder ,

somos a carne podre que há de nascer das cinzas,
e como vento em chamas voltar a crescer!

Paulo Alvarenga

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Proxima postagem dia 04/09
Proxima postagem dia 04/09

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ato 2 infância perdida


Infância perdida

Faço sair da cova da minha louca,
a mais castigada boca, que outrora beijou teu sonho, e numa ânsia de mostrar medonho, tamanho desprezo pelo prazer nefasto cair no lago de profundeza horrenda, dos aflitos átrios da bela infância, que os podres vis, de corpos viris, queriam banhos de sangue inocente, sobrou semente de tamanho nojo ao sofrimento, daquele amargo gozo, que já não tinha como ser feliz.

Paulo Alvarenga

AUGUSTO O REI DAS PALAVRAS


DEPOIS DA ORGIA

O prazer que na orgia a hetaíra goza
Produz no meu sensorium de bacante O efeito de uma túnica brilhante Cobrindo ampla apostema escrofulosa! Troveja! E anelo ter, sôfrega e ansiosa, O sistema nervoso de um gigante Para sofrer na minha carne estuante A dor da força cósmica furiosa. Apraz-me, enfim, despindo a última alfaia Que ao comércio dos homens me traz presa, Livre deste cadeado de peçonha, Semelhante a um cachorro de atalaia Às decomposições da Natureza, Ficar latindo minha dor medonha!

AUGUSTO DOS ANJOS

AUGUSTO O REI DAS PALAVRAS


VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão - esta pantera - Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

AUGUSTO DOS ANJOS

AUGUSTO O REI DAS PALAVRAS


ASA DE CORVO

Asa de corvos carniceiros, asa
De mau agouro que, nos doze meses,
Cobre às vezes o espaço e cobre ás vezes
O telhado de nossa própria casa...

Perseguido por todos os reveses,
É meu destino viver junto a essa asa,
Como a cinza que vive junto á brasa,
Como os Goncourts, como os irmãos siameses!

E com essa asa que eu faço este soneto
E a indústria humana faz o pano preto
Que as famílias de luto martiriza...

E ainda com essa asa extraordinária
Que a Morte - a costureira funerária
- Cose para o homem a última camisa!

AUGUSTO DOS ANJOS

Augusto O rei das Palavras




A DOR
Chama-se a Dor, e quando passa, enluta
E todo mundo que por ela passa
Há de beber a taça da cicuta
E há de beber até o fim da taça!
Há de beber, enxuto o olhar, enxuta
A face, e o travo há de sentir, e a ameaça
Amarga dessa desgraçada fruta
Que é a fruta amargosa da Desgraça!

E quando o mundo todo paralisa
E quando a multidão toda agoniza,
Ela, inda altiva, ela, inda o olhar sereno

De agonizante multidão rodeada,
Derrama em cada boca envenenada
Mais uma gota do fatal veneno!

AUGUSTO DOS ANJOS